quinta-feira, 19 de maio de 2011

Mãos dadas

                    


Amor e admiração andam de mãos dadas. Seria incapaz de amar alguém que não admirasse, alguém de quem não sentiria um certo orgulho por estar a seu lado. Há algo na pessoa que amamos que está de uma certa forma acima de nós, uma característica que não temos (mas que gostaríamos que fizesse parte de nós), um talento que nos faz maravilhar todos os dias um pouco.

Julgo inclusive que um dos motivos por que a atracção inicial e/ou o amor se esfumam tão depressa é devido a comportamentos e acaracterísticas da personalidade do outro que nos desiludem e que fazem com que se deixe de o admirar.

Às vezes, é simplesmente um encarar da realidade: a pessoa que tínhamos endeusado ou idealizado, afinal não corresponde às nossas (altas) expectativas.

Outro problema das relações de hoje é que as pessoas, para admirarem alguém, precisam de capacidades, talentos, comportamentos cada vez mais elevados; necessitam que o outro corresponda a critérios cada vez mais exigentes, tanto em termos de beleza física como em intelectualidade e inteligência, além de um sem fim de aptidões e qualidades.

Talvez, por isso, cada vez menos, as pessoas se prendam porque andam em busca de um ser perfeito para admirar que existe apenas na sua imaginação, porque muitas pessoas, comparando-se aos padrões de beleza e de excelência da sociedade moderna, sabem que não têm hipótese e simplesmente desistem de se mostrarem e de se fazerem amar.

Amor e admiração andam de mãos dadas. Basicamente, amor-admiro pessoas inteligentes, tolerantes, meigas, com sentido de humor e com valores.

E tu, que tipo de homem ou mulher é que admiras?

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