quarta-feira, 18 de maio de 2011

Levantar Vôo




O pássaro ergue as asas, toma balanço e levanta voo, sem pensar em cair, sem olhar para trás. Com a coragem que é necessária a quem se atreve. Com a certeza de que voar faz parte de si, da sua natureza. Sabe, instintivamente, quem é. A mente não o detém. E, porque se sente, liberta-se e lança-se.
Voa alto, tecendo linhas de luz no céu azul, deixando marcas de liberdade no coração dos homens que o observam, olhando, de cabeça inclinada, para o alto.
E rodopia, alternando ritmos e balanços, ao som de uma melodia ouvida pela alma atenta. O som presente na natureza, tantas vezes esquecido e desprezado. A voz do silêncio, que nos balança o interior, nos conecta à verdade, à vida, ao que é real.
É perda de tempo e de energia tentar ser quem não se é. Há menos vida em qualquer ser que não se aceita, que não se ama, que teme e se castra continuamente. Reter o que temos dentro, abafa a alma que quer liberdade, que quer ir na direcção que o seu interior mais puro ordena.
Agir contra nós próprios leva-nos para longe de nós mesmos. Não em voo, mas em queda, para um abismo de angústia, de solidão e isolamento. É contra a natureza do homem, dos animais e de todos os seres.

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